Precisava de dar qualquer coisa a uma qualquer pessoa
Uma qualquer pessoa que a
recebesse
num jeito de tão sonâmbulo
gosto
como se um grão de luz lhe
percorresse
com um dedo tímido o oval do
rosto.
Uma qualquer pessoa de quem
me aproximasse
e em silêncio dissesse: para
si.
E uma qualquer pessoa, como
um luar, nascesse,
e sem sorrir, sorrisse,
e sem tremer, tremesse,
tudo num jeito de tão
sonâmbulo gosto
como se um grão de luz
percorresse
com um dedo tímido o oval do rosto.
[...]
António Gedeão, in Máquina de Fogo
Sem comentários:
Enviar um comentário