As árvores como os livros
têm folhas
e margens lisas ou
recortadas,
e capas (isto é copas) e
capítulos
de flores e letras de oiro
nas lombadas.
E são histórias de reis,
histórias de fadas,
as mais fantásticas
aventuras,
que se podem ler nas suas
páginas
no pecíolo, no limbo, nas
nervuras.
As florestas são imensas
bibliotecas,
e até há florestas
especializadas,
com faias, bétulas e um
letreiro
a dizer: «Floresta das zonas
temperadas».
É evidente que não podes
plantar
no teu quarto, plátanos ou
azinheiras.
Para começar a construir uma
biblioteca,
basta um vaso de
sardinheiras.
Jorge
Sousa Braga, Herbário (2002)
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