Vai a galope o cavaleiro e sem cessar
Galopando no ar sem mudar de
lugar.
E galopa e galopa e galopa,
parado,
E galopa sem fim nas tábuas
do sobrado.
Oh! que bravo corcel, que
doidas galopadas,
- Crinas de estopa ao vento,
e as narinas pintadas!
Em curvas pelo ar, em
velozes carreiras,
O cavalo de pau é o terror
das cadeiras!
E o cavaleiro nunca muda de
lugar,
A galopar a galopar a
galopar!
Afonso Lopes Vieira (1878-1946)
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