“Eram 9 horas e 40
minutos da manhã do dia 1.º de novembro, o dia de Todos-os-Santos, quando um
fortíssimo terramoto abalou a cidade, logo seguindo por gigantescas vagas que
se ergueram do Tejo varrendo tudo à sua passagem.
Cerca de 10 mil mortos jaziam nos escombros, sendo incontável o número de ferido. Os incêndios destruíram o que restava de pé. Nada se salvou de 55 conventos, 35 igrejas, 33 palácios da nobreza e dos 6 hospitais existentes na cidade. O Paço da Ribeira, com todas as suas riquezas, ficou totalmente arrasado.
No meio do caos e do pânico, só Carvalho e Melo, que ficou para a história conhecido por Marquês de Pombal, e alguns oficiais da corte enfrentaram a catástrofe. Mandaram sepultar os cadáveres, distribuir mantimentos e executar os salteadores.”
Cerca de 10 mil mortos jaziam nos escombros, sendo incontável o número de ferido. Os incêndios destruíram o que restava de pé. Nada se salvou de 55 conventos, 35 igrejas, 33 palácios da nobreza e dos 6 hospitais existentes na cidade. O Paço da Ribeira, com todas as suas riquezas, ficou totalmente arrasado.
No meio do caos e do pânico, só Carvalho e Melo, que ficou para a história conhecido por Marquês de Pombal, e alguns oficiais da corte enfrentaram a catástrofe. Mandaram sepultar os cadáveres, distribuir mantimentos e executar os salteadores.”
Nesse Dia de Todos os Santos, feriado
religioso, quase todos os moradores de Lisboa tinham ido à missa e deixado as
lareiras acesas em casa. Estava frio e, além disso, naquele tempo em que ainda
não havia gás nem eletricidade, as lareiras serviam sobretudo para cozinhar. As
panelas tinham ficado ao lume porque se almoçava cedo. E foi então que, de
repente, aí pelas nove e meia, o chão começou a tremer assustadoramente e ouviu-se
um ronco sinistro a sair das entranhas da terra. Os prédios (alguns de quatro
ou cinco andares) desabavam, abriam-se fendas nas ruas, havia pessoas que eram
engolidas soltando gritos. Quando o estrondo parou já havia mortos e ruínas por
todo lado. Ao longo da manhã fizeram-se sentir fortes réplicas ao sismo,
enquanto as ruínas ardiam, pois o fogo das lareiras transmitira-se às vigas de
madeira que suportavam os telhados. O incêndio teria durado seis dias e completou o
cenário de destruição de toda a Baixa de Lisboa, pois como não havia bombeiros como hoje, as pessoas,
aterrorizadas e sem meios de combate às chamas, não tinham mãos a medir.
Este violento
terramoto afetou a cidade de Lisboa, a região de Setúbal e o Algarve. Na capital, onde se fez sentir mais
intensamente - estudos posteriores levaram os geólogos a concluir que teria
atingido uma intensidade de cerca de 9 graus na escala de Richter. Quanto à localização do epicentro,
julga-se que tenha sido na Crista de Gorringue, um maciço montanhoso submarino
a umas 120 milhas a sudoeste do cabo de São Vicente.
Professora Cristina Gil Marinho
Fontes
História Oito, Porto Editora
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