O macaco fez-se amigo do cágado e propôs-lhe:
- Todos os bons amigos se visitam. Um dia tu convidas-me para ir a tua casa e ofereces-me de jantar e, no dia seguinte, eu convido-te para vires a minha casa e retribuo-te o jantar. E assim por diante... Concordas?
O cágado concordou. Preparou um excelente banquete e ofereceu-o ao macaco que se empanturrou até não poder mais.
- Amanhã dou-te eu de jantar - disse o macaco macacão, arrotando um grande arroto, lá bem do fundo do estômago repleto.
Quando o cágado entrou em casa do macaco, a refeição estava pronta a servir, mas numa mesa muito alta a que só o macaco chegava.
- Serve-te à tua vontade - disse-lhe ele.
O cágado pôs-se em bicos de pés. Nem conseguia ver a comida com que o macaco se alambazava. Mas como tinha muito bom feitio não disse nada. Nem comeu.
- Amanhã é a tua vez de me receberes - lembrou o macaco.
Novo banquete preparado pelo cágado. Nova barrigada do macaco.
No dia seguinte, em casa do macaco, o jantar servido na mesa muito alta voltou a deixar o cágado com a barriga a dar horas. Aquilo parecia de propósito. E era.
O bom do cágado, embora delicado e discreto, achou que ali havia abuso. E havia.
- Amanhã tenho uma surpresa para ti - disse o cágado ao macaco. - Vou servir-te o jantar ao ar livre. Tudo comidinha fresca...
O macaco, grande glutão, arregalou os olhos de contente. Aquele contrato estava a sair-lhe de feição.
Mas, no dia seguinte, quando viu os vários pratos de que se compunha o banquete cada um em cima de um pedregulho ou ilhota do lago, que servira de piscina ao cágado, o macaco desanimou.
- Como é que eu lhes chego? - perguntou, desconsolado, o macaco.
- Nada como eu. A água está ótima - respondeu-lhe o cágado, a rir-se baixinho.
Ora, como se sabe, os macacos detestam a água...
E assim se desfez a combinação entre o macaco e o cágado. Também se não perdeu grande coisa.
- Todos os bons amigos se visitam. Um dia tu convidas-me para ir a tua casa e ofereces-me de jantar e, no dia seguinte, eu convido-te para vires a minha casa e retribuo-te o jantar. E assim por diante... Concordas?
O cágado concordou. Preparou um excelente banquete e ofereceu-o ao macaco que se empanturrou até não poder mais.
- Amanhã dou-te eu de jantar - disse o macaco macacão, arrotando um grande arroto, lá bem do fundo do estômago repleto.
Quando o cágado entrou em casa do macaco, a refeição estava pronta a servir, mas numa mesa muito alta a que só o macaco chegava.
- Serve-te à tua vontade - disse-lhe ele.
O cágado pôs-se em bicos de pés. Nem conseguia ver a comida com que o macaco se alambazava. Mas como tinha muito bom feitio não disse nada. Nem comeu.
- Amanhã é a tua vez de me receberes - lembrou o macaco.
Novo banquete preparado pelo cágado. Nova barrigada do macaco.
No dia seguinte, em casa do macaco, o jantar servido na mesa muito alta voltou a deixar o cágado com a barriga a dar horas. Aquilo parecia de propósito. E era.
O bom do cágado, embora delicado e discreto, achou que ali havia abuso. E havia.
- Amanhã tenho uma surpresa para ti - disse o cágado ao macaco. - Vou servir-te o jantar ao ar livre. Tudo comidinha fresca...
O macaco, grande glutão, arregalou os olhos de contente. Aquele contrato estava a sair-lhe de feição.
Mas, no dia seguinte, quando viu os vários pratos de que se compunha o banquete cada um em cima de um pedregulho ou ilhota do lago, que servira de piscina ao cágado, o macaco desanimou.
- Como é que eu lhes chego? - perguntou, desconsolado, o macaco.
- Nada como eu. A água está ótima - respondeu-lhe o cágado, a rir-se baixinho.
Ora, como se sabe, os macacos detestam a água...
E assim se desfez a combinação entre o macaco e o cágado. Também se não perdeu grande coisa.
António Torrado
Ilustração de Cristina Malaquias
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