O Dia
Internacional da Liberdade de Imprensa celebra-se a 3 de maio.
Este Dia Internacional da Liberdade de Imprensa tem como objetivos:
- promover os princípios fundamentais da liberdade de imprensa;
- combater os ataques feitos aos media e impedir as violações à liberdade de imprensa;
- lembrar os jornalistas que são vítimas de ataques, capturados, torturados ou a quem são impostas limitações no exercer da sua profissão;
- prestar homenagem a todos os profissionais que faleceram vítimas de ataques terroristas ou que foram assassinados por organizações terroristas.
A associação Repórteres Sem Fronteiras desenvolve esforços para proteger os profissionais de comunicação social em todo o mundo e alertar para os perigos a que estão sujeitos no desempenho do seu trabalho. Organizações como a UNESCO juntam-se à luta pelo direito à liberdade de expressão.
Esta data é celebrada desde o ano de 1993, unido esforços de entidades, jornalistas, ativistas e outros cidadãos.
Este Dia Internacional da Liberdade de Imprensa tem como objetivos:
- promover os princípios fundamentais da liberdade de imprensa;
- combater os ataques feitos aos media e impedir as violações à liberdade de imprensa;
- lembrar os jornalistas que são vítimas de ataques, capturados, torturados ou a quem são impostas limitações no exercer da sua profissão;
- prestar homenagem a todos os profissionais que faleceram vítimas de ataques terroristas ou que foram assassinados por organizações terroristas.
A associação Repórteres Sem Fronteiras desenvolve esforços para proteger os profissionais de comunicação social em todo o mundo e alertar para os perigos a que estão sujeitos no desempenho do seu trabalho. Organizações como a UNESCO juntam-se à luta pelo direito à liberdade de expressão.
Esta data é celebrada desde o ano de 1993, unido esforços de entidades, jornalistas, ativistas e outros cidadãos.
Visitar sem sair do lugar: Museu da Imprensa
Conto do mês - O Mar e o Caracol
Era uma vez um caracol que, além da carapaça, transportava com ele uma
ambição, um sonho de caracol novo: conhecer o mar. Para satisfazer o seu sonho
sentia-se capaz de tudo. Lentamente, pacientemente, percorria um carreiro de
que não sabia o fim. Andando sempre, perguntava:
– Senhora Formiga, sabe dizer-me se vou no bom caminho para chegar ao mar?
– Não sei, não sei do que fala. Eu só conheço o formigueiro onde vivo e chega e chega para o trabalho que me dá.
O caracol não quis reter por mais tempo a afadigada, enfrenesiada formiga...
Mais lá para diante, encontrou o Lagarto. Fez-lhe a mesma pergunta, a que o Lagarto, entre dois bocejos, respondeu:
– Deixe-se de aventuras, caracol amigo. Sabe tão bem gozar o calor do sol, enquanto se dorme uma boa sesta.
E, dizendo isto, adormeceu. O caracol, embaraçado, não voltou a acordá-lo.
Seguiu em frente, sempre em frente. Deixava nas ervas por onde passava um rasto luminoso, que retomaria, quando tivesse de voltar para trás. "Estou no mar não tarda! Estou no mar não tarda!", repetia ele, muito animado, esfregando os pauzinhos um no outro. Até que encontrou um grilo.
– O mar é já ali adiante, não é, Doutor Grilo?
– O mar, o mar provavelmente fica ali, mas não quer dizer que não fique noutro sítio... Quando eu digo ali, também posso dizer acolá.
O caracol deixou o grilo a contas com os seus discursos enfatuados e virou-lhe as costas, discretamente.
Andou, andou. Viu mais animais, todos virados para as suas respetivas vidas e alheios ao mar. O caracol andou, andou.
Devagarinho, porque só devagarinho sabia andar, o caracol, que iniciara ainda muito novo a sua aventura, já se sentia velho. Estava mesmo muito velho, mas não cansado. Isso era impossível. Ao pé dum canavial, encarou com um rã, bicho que nunca tinha visto até aí. Com muito bons modos, fez-lhe a pergunta do costume.
A rã respondeu, num coaxar risonho:
– O mar, o mar é já ali. Põe-se lá em dois saltos. Infelizmente, o caracol velhinho não saltava. Além disso, a carapaça já lhe pesava muito. Por isso demorou ainda mais um ano, dois meses e oito dias até chegar ao lugar que a rã apontara. Mas, quando chegou, que deslumbramento. Sempre era o mar, o seu querido mar que tanto, tanto desejara conhecer.
Ali estava ele, amplo, espelhado, a perder de vista. Ao longe via mais canaviais. "Outra terra, uma terra estranha, para além do mar...", pensou.
O mar calmo refletia nas águas os dois pauzinhos do velho caracol, debruçado na margem. Realizara finalmente o sonho de toda a sua vida. Que bom!
Devagar, muito devagarinho, o caracol buscou o caminho do regresso. Tinha muito que contar.
Coitado do caracol! Mal sabia ele que não chegara a conhecer o mar, o mar verdadeiro, mas apenas um pequeno lago de águas paradas, formado pelas chuvas, feio, sujo, infestado de mosquitos, enfim, um charco entre caniços. Isso que interessa? Se não era o mar, o mar de facto, sempre era o mar do caracol aventureiro...
– Senhora Formiga, sabe dizer-me se vou no bom caminho para chegar ao mar?
– Não sei, não sei do que fala. Eu só conheço o formigueiro onde vivo e chega e chega para o trabalho que me dá.
O caracol não quis reter por mais tempo a afadigada, enfrenesiada formiga...
Mais lá para diante, encontrou o Lagarto. Fez-lhe a mesma pergunta, a que o Lagarto, entre dois bocejos, respondeu:
– Deixe-se de aventuras, caracol amigo. Sabe tão bem gozar o calor do sol, enquanto se dorme uma boa sesta.
E, dizendo isto, adormeceu. O caracol, embaraçado, não voltou a acordá-lo.
Seguiu em frente, sempre em frente. Deixava nas ervas por onde passava um rasto luminoso, que retomaria, quando tivesse de voltar para trás. "Estou no mar não tarda! Estou no mar não tarda!", repetia ele, muito animado, esfregando os pauzinhos um no outro. Até que encontrou um grilo.
– O mar é já ali adiante, não é, Doutor Grilo?
– O mar, o mar provavelmente fica ali, mas não quer dizer que não fique noutro sítio... Quando eu digo ali, também posso dizer acolá.
O caracol deixou o grilo a contas com os seus discursos enfatuados e virou-lhe as costas, discretamente.
Andou, andou. Viu mais animais, todos virados para as suas respetivas vidas e alheios ao mar. O caracol andou, andou.
Devagarinho, porque só devagarinho sabia andar, o caracol, que iniciara ainda muito novo a sua aventura, já se sentia velho. Estava mesmo muito velho, mas não cansado. Isso era impossível. Ao pé dum canavial, encarou com um rã, bicho que nunca tinha visto até aí. Com muito bons modos, fez-lhe a pergunta do costume.
A rã respondeu, num coaxar risonho:
– O mar, o mar é já ali. Põe-se lá em dois saltos. Infelizmente, o caracol velhinho não saltava. Além disso, a carapaça já lhe pesava muito. Por isso demorou ainda mais um ano, dois meses e oito dias até chegar ao lugar que a rã apontara. Mas, quando chegou, que deslumbramento. Sempre era o mar, o seu querido mar que tanto, tanto desejara conhecer.
Ali estava ele, amplo, espelhado, a perder de vista. Ao longe via mais canaviais. "Outra terra, uma terra estranha, para além do mar...", pensou.
O mar calmo refletia nas águas os dois pauzinhos do velho caracol, debruçado na margem. Realizara finalmente o sonho de toda a sua vida. Que bom!
Devagar, muito devagarinho, o caracol buscou o caminho do regresso. Tinha muito que contar.
Coitado do caracol! Mal sabia ele que não chegara a conhecer o mar, o mar verdadeiro, mas apenas um pequeno lago de águas paradas, formado pelas chuvas, feio, sujo, infestado de mosquitos, enfim, um charco entre caniços. Isso que interessa? Se não era o mar, o mar de facto, sempre era o mar do caracol aventureiro...
António Torrado
Ilustração de Cristina Malaquias
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